fragmento
teus olhos lembram sempre aqueles velhos faróis. no fim da tarde, quando a noite começa a ensaiar sua dança azul marinho no rito de passagem das estrelas, os vejo bem melhor. sinto uma saudade profunda e me vejo roubado pela luz. é assustadora a nitidez com que a vida me passa inteira diante dos olhos, chega a me tirar do chão. sinto um tênue fio a me segurar na beira de um abismo. arrumo sempre a desculpa boba de que estou quase a cair para segurar tua mão. isso me conforta e silencia algumas dores. mas sempre quando olhas para o lado você a solta, então eu caio em meio a vastidão do mundo, no desamparo de não ser. mesmo quando vais embora é sempre você esse peito morno onde adormeço, esse corpo que navego sem a previsão de fim. e mesmo quando a palavra falta, você sempre dá um jeito de inventar braços e viajar até o meu mundo para me abraçar.
5 comentários:
Texto tão bonito... prosa poética em cada palavra.
Alguém que só "é" quando está seguro pelo ser de outra pessoa. Relação íntima de segurança
"eu caio em meio a vastidão do mundo, no desamparo de não ser. mesmo quando vais embora é sempre você esse peito morno onde adormeço"
Lindo *-*
Beijos moço.
Lindo isso Paulo...=)
Puro sentimento...^^
Nossa quanto romantismo!! Um amor faz assim!!! Eleva-nos ao mais alto de todos os sentimentos, nos leva ao extremo, nos tira do mais e nos coloca no menos da simplicidade, das pequenas coisas... Enfim.
nossa! como me senti bem aqui.
lindo blog,lindo texto.
Lindo seu poema, é como se as palavras entrassem todas nos sentidos da alma...
bjus a ti
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