segunda-feira, 19 de março de 2007

corrente prosa

hoje, somente hoje serei diferente* hoje escreverei limpo, nem poesia, nem cantar* lavarei meus versos com água e sabão, pendurarei no varal e os deixarei secar ao sol e vento* e mais tarde de tardinha, quando o sol tiver se posto recolherei a todos* passarei cada canto de letra: as pernas dos pês e dos quês, o início dos ás e a distância infinita dos zês* por último e sem me demorar, tirarei os pontos e seu findar, e colocarei estrelas em seu lugar* e numa conversa toda nossa, colocarei os versos lado a lado* pedirei então baixinho, que segurem as mãos de seu vizinho, e se transformem numa doce corrente prosa*

Um comentário:

Kátia Tavares disse...

Que lindo. É de sua autoria? Se não, de quem é?
responder para: katiaftavares@gmail.com